quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Oh, por amor de Deus!

Será que as grandes [enormes] cadeias de televisão deste país ainda não se aperceberam de que já só há uma minoria está interessada em reality shows? Que nós, gente que gosta de ler, de ver o telejornal da RTP1 e o Câmara Clara da RTP2 e vá, de vez em quando ver aquele programa dos miúdos de 10 anos que são aparentemente mais inteligentes do que adultos com idade para serem seus pais, não estamos minimamente interessados na vida daqueles que estão tão desesperados por fama ou dinheiro que se submetem àquilo que a maioria das celebridades se arrepende amargamente de ter feito assim que os flashes se tornaram tão intensos que parece ser sempre de dia - ou seja terem passado para o lado da ribalta, ou o lado de lá da privacidade - ?
Falo por mim. A primeira edição foi engraçada, pronto. Tinha curiosidade, queria saber como seria viver rodeado por câmaras. Se as pessoas se revelariam como elas são ou cairiam na tentação de representar durante todo o tempo que passariam na casa. A segunda edição até foi interessante, pois podia-se comparar com a primeira, "ah e tal ele fez aquilo que aquele não seria capaz de fazer", "estes até são mais desengonçados do que os primeiros". Agora, terceira edição? E depois o quê? Dez edições? Fazer dinheiro à conta de privacidade? Depois aquele do Masterplan e depois aquele outro, e depois as edições dos outros países e depois isto e aquilo. Não se fartam de meter o nariz na vida dos outros? E de ouvir conversas alheias? Para isso espetam-se os ouvidos na parede quando os vizinhos do lado estão a discutir ou seja lá quem for está a falar sobre algo que não pode ser ouvido por mais ninguém. Acho que é bem mais interessante e de fazer arregalar os olhos.
Não consigo compreender os que acham graça a este novo programa, das noivas e dos noivos e daquelas provas por que têm de passar para terem um casamento de sonho. Eu falo por mim... eu pediria um empréstimo pessoal ao banco ou não casava de todo. Ou até mesmo separava-me antes de casar ( se a) o meu pretendente tivesse a ideia estupidíssima de participar num programa desses e b) se me ocorresse a mim participar; mais valia atirar-me de uma ponte porque querer entrar numa coisa dessas significaria morte cerebral em estado avançado... talvez as minhas células estivessem já em decomposição... e c)bem, qualquer coisa é melhor do que fazer figurinha de parvo para a minoria portuguesa que vê o programa).
De qualquer forma já desisti, ou melhor já não tenho a pretensão de querer perceber o que atrai as pessoas (para além da cusquice ou da gozação) a este tipo de programas. Ao menos que vejam a telenovela, pronto. Numa lista das piores coisas que poderia fazer num serão ou das melhores coisas que pode fazer para ir eliminando neurónios meticulosa e lentamente, a telenovela está em segundo lugar e os reality shows estão em primeiro.

Não sei, é só a minha opinião...

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